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450 milhões usam o app; aos 4 anos, site era usado por só
145 milhões.
Facebook anunciou compra do aplicativo WhatsApp por US$
16 bilhões.
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Helton Simões Gomes
Do G1, em São Paulo
"O WhatsApp está no caminho para conectar 1 bilhão
de pessoas", afirmou Mark Zuckerberg, presidente-executivo e cofundador do
Facebook. Talvez seja por isso que a empresa comprou o aplicativo por US$ 16
bilhões, negócio anunciado na noite de quarta-feira (19). Criado em 2009, o
WhatsApp se tornou uma máquina de troca de mensagens entre pessoas, que não
param de aderir ao aplicativo. Tanto que, com quatro anos de existência, o app
possui quase duas vezes mais usuários que o próprio Facebook tinha com a mesma
idade.
Em 2008, quatro anos depois de o Facebook nascer no
dormitório de Zuckerberg na Universidade de Harvard, a rede social era acessada
por 145 milhões de pessoas. Já o WhatsApp está presente no smartphone de 450
milhões.
A capacidade do aplicativo de mobilizar as pessoas e
fazer com que ele continue sendo usado foram alguns dos motivos cruciais para o
Facebook comprá-lo.
Para acalmar a legião de usuários preocupados com a
aquisição, Zuckerberg tratou de dizer que não pensa em mudar a fonte de receita
do app "nos próximos anos". Atualmente, o WhatsApp não mostra nenhum
anúncio e pode ser baixado gratuitamente em todas as plataformas. No entanto, o
aplicativo passa a cobrar uma assinatura anual de US$ 1 após o primeiro ano de
uso.
Os esforços agora serão direcionados para engordar o
número de usuários. Com apenas 10 anos de idade e atendendo a uma rede de 1,23
bilhão de usuários, o Facebook efetua a sua segunda aquisição bilionária. A
primeira foi o aplicativo de fotos Instagram, em 2012, por US$ 1 bilhão.
1 BILHÃO DE AMIGOS
"Baseado em nossa experiência, acreditamos que o
WhatsApp irá passar a marca de 1 bilhão de usuários nos próximos três
anos", afirmou Zuckerberg durante a conferência em que comentou o negócio.
Se a previsão de Mark estiver correta, o WhatsApp chegará
à casa do bilhão em sete anos, um a menos
que o Facebook levou para arregimentar a mesma quantidade de usuários.
Todos os dias, 1 milhão de novos usuários passam a usar o
WhatsApp. E ainda há espaço para crescer, acredita o executivo. "O
WhatsApp não chama tanta atenção nos EUA quanto merece, mas sua comunidade
cresce na Europa, Índia e América Latina".
JOVENS
Aceito recentemente na família Facebook, o aplicativo foi
sem querer o pivô de uma situação inconveniente para a rede social, admitida
pelos próprios executivos da empresa no ano passado: os jovens norte-americanos
frequentam cada vez menos o site.
O motivo, apontam especialistas, é a ascensão dos
aplicativos de bate-papo, como o WhatsApp, mais atraentes aos adolescentes,
público que dita as tendências no mundo da tecnologia. Jovens brasileiros
disseram que a fuga também ocorre no
Brasil.
Pelo visto, a solução encontrada foi comprar um desses
apps. Antes de fechar negócio com o WhatsApp, o Facebook cortejou o Snapchat,
aplicativo de envio de fotos que exclui as imagens após um breve período de
tempo, mas a proposta de US$ 3 bilhões foi recusada.
ENGAJAMENTO
A ideia de que o WhatsApp e todo o seu poder de
engajamento poderia minar alguns dos serviços atrelados à rede social, como o
aplicativo Facebook Messenger, foi afastada pelo CEO da rede social. "A
combinação entre WhatsApp e Facebook vai nos permitir ter mais engajamento no
mundo móvel", afirmou Zuckerberg.
"O engajamento extremamente elevado do usuário do
WhatsApp e o rápido crescimento são impulsionados pelos recursos de mensagens
simples, poderosos e instantâneos que prestamos", comentou Jan Koum, CEO do
WhatsApp, por meio de nota.
"De fato, o WhatsApp é o único aplicativo mundial
com tanto engajamento e utilizado por tanta gente diariamente além do próprio
Facebook", disse Zuckerberg.
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Fundador do Facebook, Mark Zuckerberg,
na sede da rede social em Palo Alto, na Califórnia
(Foto: Paul Sakuma, File/AP)
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A recente polêmica envolvendo a fuga dos jovens do
Facebook, tendo os aplicativos de bate-papo como destino, e a aquisição por
parte da rede social do mais proeminente deles lembra a última grande compra da
companhia de Zuckerberg.
Em 2012, especialistas afirmavam que o maior desafio do
Facebook era vencer em um mundo dominado pela cultura de compartilhar fotos
pelos smartphones. No mesmo ano, a rede social desembolsou pouco mais de US$ 1
bilhão e comprou o Instagram, a maior quantia paga por um aplicativo até então.
Com a oferta de US$ 4 bilhões em dinheiro mais US$ 12
bilhões em ações feita pelo WhatsApp, essa transação passa a ser a maior.
O acordo também prevê um pagamento adicional de US$ 3
bilhões aos fundadores e funcionários do WhatsApp, que poderão comprar ações
restritas do Facebook dentro de quatro anos. Com isso, os 55 funcionários que
trabalham desenvolvendo o aplicativo acabam de entrar para o mundo dos ricaços.
Além disso, o presidente-executivo e cofundador do WhatsApp, Jan Koum, tomará
lugar no conselho administrativo do Facebook.
http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2014/02/criado-em-2009-whatsapp-cresceu-mais-rapido-que-facebook-em-4-anos.html
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